Durante o experimento, foi notado que alimentos ricos em açúcar e gordura eram os mais atraentes para as participantes, indicando uma ativação intensa em regiões do cérebro ligadas ao apetite e ao controle emocional. ‘O resultado sugere que o isolamento social está associado à reatividade neural em regiões específicas do cérebro, responsáveis pelo processamento de estados internos relacionados ao apetite e ao controle das reações diante de sinais alimentares externos’, explicam os pesquisadores.
As entrevistas e análises de ressonância revelaram que as mulheres com maior isolamento social apresentavam maior peso, dietas de baixa qualidade e comportamentos alimentares desadaptativos, como desejos intensos e alimentação descontrolada. Problemas de saúde mental, como ansiedade e depressão, também foram mais comuns entre essas mulheres.
**A Comida como Refúgio Emocional**
Segundo Juliana Santos Lemos, psicóloga especialista em Comportamento Alimentar, a solidão pode levar a condições como ansiedade, estresse e depressão, que por sua vez, induzem ao comer emocional. ‘Ao comer um doce, por exemplo, que é muito palatável, há uma diminuição dos sintomas estressores, cujo efeito acaba sendo registrado pelo cérebro. Ou seja, quando a mulher estiver ansiosa, automaticamente, haverá uma associação aos doces, como uma espécie de fuga e alívio do estado emocional’, detalha a especialista.
**Tratamento e Recuperação**
A Terapia Cognitivo-Comportamental é destacada como essencial no tratamento de transtornos alimentares. ‘Com esta abordagem, é possível entender os aspectos que antecedem a ingestão alimentar e que definem o conjunto de cognições que constroem o processo da alimentação, além de gerenciar outros fatores que impactam a saúde física e mental’, afirma Juliana. A psicóloga recomenda ainda a busca por apoio de outros profissionais da saúde, como psiquiatras e nutricionistas, para um tratamento completo.
Em conclusão, o estudo da UCLA serve como um alerta para as consequências profundas que a solidão pode ter sobre a saúde física e mental, destacando a importância de abordagens multidisciplinares no tratamento de transtornos alimentares induzidos por emoções.