**Contexto Regional**
Diogo Santos, economista da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas, Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead), esclarece que a inflação elevada em BH pode ser atribuída a fatores específicos da região. ‘É importante registrar que, mesmo o IPCA sendo nacional, há itens importantes para nós que não são para outras regiões. O pão de queijo, por exemplo, entra no IPCA de BH. É normal que haja diferenças entre as regiões’, afirma Santos.
**Aumento no Transporte Público**
Um dos principais impulsionadores da inflação na cidade foi o aumento no preço do transporte público. A tarifa da maioria das linhas de ônibus em Belo Horizonte subiu para R$ 5,25, um aumento de 7,15% em relação ao valor anterior de R$ 4,50. ‘Um item que se destaca e talvez seja o principal a gerar esse efeito é o aumento bastante expressivo do ônibus urbano. Foi o maior de todas as regiões’, ressalta Santos.
**Encarecimento dos Combustíveis e Alimentos**
Além do transporte, o economista aponta o aumento dos preços dos combustíveis e dos alimentos como fatores significativos. ‘Vários itens tiveram um crescimento consideravelmente maior em BH do que em outras capitais, como a banana prata, a batata inglesa, outros legumes e frutas. Minas é o maior produtor de batatas do país, e tivemos questões relacionadas às chuvas nos últimos meses que impactaram a produção, a colheita e a oferta. O Estado é o terceiro maior produtor de banana, e eventos climáticos também levaram a um movimento de subida de preço’, detalha Santos.
No acumulado de 2024, a inflação em BH também se mostrou superior à nacional, sendo de 2,06% contra 1,42% do Brasil. Apesar da alta nos últimos 12 meses, a expectativa é que haja uma desaceleração, visto que não estão previstos aumentos na tarifa de ônibus nos próximos meses. Em março, a inflação mensal de Belo Horizonte foi de 0,12%, inferior à média brasileira de 0,16%. ‘Neste mês, o preço dos alimentos teve um comportamento mais estável’, conclui Santos.